terça-feira, 27 de março de 2012

Cientistas descobrem que Madeira teve um mocho que se extinguiu

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O estudo de 27 pequenos fósseis, recolhidos há cerca de 30 anos, permitiu descobrir uma nova espécie de mocho que viveu na na Madeira. A ave extinguiu-se depois da chegada dos humanos, segundo um estudo publicado na revista “Zootaxa”.

O mocho d’orelhas de Maul (Otus mauli) esteve 28 anos escondido no meio dos 50.000 espécimes do Museu de História Natural do Funchal. De 1984 a 1994, o investigador alemão Harald Pieper explorou zonas de dunas fósseis, muito antigas e consolidadas, na Ponta de São Lourenço (ilha da Madeira) e na Fonte da Areia e no Porto dos Frades (na ilha de Porto Santo). Recolheu 27 pequenos fósseis, quase completos, pertencentes a asas e patas de uma ave de rapina nocturna. Só em 2011 se descobriu a que espécie pertenciam. Um grupo de investigadores - liderado por Juan Carlos Rando, da Universidade de La Laguna, Tenerife, Canárias, estudou essa série de fósseis e concluiu que pertenciam a uma nova espécie, o mocho d'orelhas de Maul, que se tornou na primeira ave extinta a ser descrita na Madeira. Ainda assim, não foi a única, como o prova o pombo-torcaz-da-madeira (Columba palumbus maderensis), extinto nos anos 30 do século XX.

O mocho d’orelhas de Maul seria uma espécie endémica que evoluiu como população isolada, a mais de 600 quilómetros da Europa e da África e longe das rotas migratórias entre aqueles continentes. A ave teria sido morfologicamente muito semelhante ao actual mocho d’orelhas (Otus scops) continental. 

“Deve ter pesado um pouco mais que o actual mocho d’orelhas. É provável que pesasse 25% mais”, disse ao PÚBLICO Josep Antoni Alcover, do Instituto Mediterrâneo de Estudos Avançados e um dos autores do estudo. Os investigadores calculam que o seu peso oscilaria entre os 152 e os 174 gramas. Teria as patas um pouco mais compridas e esguias e as asas ligeiramente mais curtas do que o mocho d’orelhas actual. 

Já para os fósseis encontrados nos depósitos calcários de Porto Santo, em piores condições, os investigadores não têm tantas certezas de se tratar da mesma espécie.

Uma ave no chão da floresta

O Otus mauli, cujo nome escolhido é uma homenagem a Gunther Edmund Maul, director do Museu de História Natural do Funchal (1940-1981), teria sido uma ave de hábitos terrestres. “Os nossos resultados parecem indicar que o Otus mauli teria fracas capacidades de voo”, escrevem os autores do estudo. A ave, numa ilha sem predadores terrestres, viveria no chão da floresta laurissilva, cujo coberto arbóreo cerrado a protegia das aves de rapina predadoras, como a águia-de-asa-redonda ou o peneireiro-vulgar. Os investigadores acreditam também que se alimentava de invertebrados, em grande variedade naquela floresta, e ocasionalmente de lagartos e de pequenas aves.

Mas a história deste mocho não chegou aos nossos dias e hoje a única ave de rapina nocturna que nidifica no arquipélago é a coruja das torres. “É provável que tenha desaparecido depois da chegada dos seres humanos à Madeira”, disse Josep Antoni Alcover. Segundo o artigo publicado na Zootaxa, ocorreram, então, alterações profundas naquele arquipélago, como as queimadas da floresta e a introdução de ratos e gatos, que predaram os ovos e ninhos da ave. 

Ricardo Araújo, director do Museu de História Natural do Funchal, felicitou a descoberta. “Este trabalho é uma prova da importância das colecções de história natural”. Em breve “é natural que apareçam coisas novas”, tanto mais que “nas nossas colecções há espécimes recolhidos recentemente e que ainda não temos a certeza do que sejam”.

Fonte: Público

Descoberta: 'Rainha das vespas' tem seis centímetros de comprimento

Comparação entre a vespa 'normal' e a 'gigante'

Vespa gigante foi descoberta na Indónesia, mas os investigadores ainda não conseguiram examinar uma viva.

Já lhe chamam a rainha das vespas. Foi recolhida pela primeira vez há 80 anos, mas uma recente expedição à ilha de Sulawesi na Indonésia permitiu que se estudasse pela primeira vez esta espécie que é cinco vezes maior do que a vespa "normal": tem seis centímetros.

As suas enormes garras em forma de foice a saírem da boca são do mesmo tamanho que as suas patas. A investigação foi publicada na revista Zookeys. Os investigadores Lynn Kimsey e Michael Ohl ainda estão a examinar esta espécie, pois ainda não a conseguir estudar esta espécie de vespa viva.

Explicam que o macho é maior que a fêmea e que utilizam o veneno para paralisar as suas presas. Supõe-se que as suas enormes garras servem para prender a fêmea no acasalamento e provavelmente também para se defenderem.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Morreu a cadela mais feia do mundo

 

Era feia, feia, feia. Não precisava de morrer, claro. Mas morreu, no sábado passado. Em vida, conquistou notariedade com o título de "Cão Mais Feio do Mundo", em 2011, apesar de ser uma cadela. Chamava-se Yoda e tinha 15 anos. Veja o vídeo.

Nos EUA tudo é possível. E um concurso anual destinado a escolher o cão mais feio do mundo também.

No ano passado, na cidade de Petaluma, nos Estado da Califórnia, Yoda lá apareceu toda vaidosa da insignificância dos seus 800 gramas de peso, pêlo desgrenhado o mais possível, patas quase carecas, um olho maior do que o outro e uma língua grossa e saliente. Ou seja, cheia de "qualidades" para, facilmente, arrecadar o título. Valeu-lhe, ainda, o facto de não ser de raça pura, mas um cruzamento de Chihuahua com rafeiro.

Para tornar tudo ainda mais trágico, Yoda tinha um passado difícil. Foi cadela abandonada e a sorte da sua vida foi ter sido encontrada na rua por Terry Schumacher, que a recolheu, apesar de, inicialmente, se ter assustado por ter tomado a cadela por uma ratazana.

Coroada em Junho passado entre 29 fealdades, Yoda pouco tempo teve para gozar os 1000 dólares (765 euros). Além de saudades, deixou para a sua dona o troféu que também conquistou, uma peça com 15 vezes mais o seu tamanho.

O presidente do júri do concurso anual de "Cão Mais Feio do Mundo" já fez saber que o título continuará a pertencer a Yoda até que, em Junho próximo, outro canino seja aclamado.